terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A cor do sofrimento.

A alma quando pisa no estranho caminho da dúvida enfraquece a fé. O céu que sempre está no seu lugar é esquecido. Cinza, azul ou negro com estrelas é ignorado pelas paredes fúnebres da realidade sistemática.
Mas quando vem algo exterior farsante, a glória humana delirante, que nos diz quem seriamos se fossemos isso ou aquilo, nos tornam medíocres e desejosos da glória do mundo. Vanglória caro capitalista! Insultos da conta bancária, a cárie do amor, o poder dos pragmáticos ecoa nos ouvidos dos surdos indolentes.
Indolentes cansados da vida, preguiça redundante dessa cisma, de dizer – Eu sou uma vida, um subproduto feliz da tecnologia.
A parte fácil são os aplausos dos que querem ser aplaudidos, o elogios falsos dos sovinas, a esmola escancarada que diz – Eu sou social, Che Guevara que ordena revoluções pelo Tablet.
As cores sintéticas se misturam no não conhecimento do feliz e do triste, é tudo ordenado pelas planilhas do tempo. Hoje estudante, amanhã corrupto, ontem sonhador, hoje assalariado. Feliz mesmo foi Aldous Huxley, que amou e escreveu, sonhou e, antes da morte sorriu:

 Imagem de Aldous Huxley
“Cem miligramas de LSD intramuscular”- para a morte.

4 comentários:

  1. Acredito que seja o ululante da alma, a pergunta que não vai calar.

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  2. Um adendo sobre a passagem da morte de Huxley baseado no livro de Albert Hoffman 'minha criança problema'

    O último livro de Aldous Huxley se chamava A Ilha Moderna. Esta
    história, passada na utópica ilha Pala, é uma tentativa para misturar as realizações da ciência natural e da civilização técnica com a sabedoria do pensamento Oriental. O medicamento moksha, uma poção mágica preparada, desempenha um papel significante na vida da população de Pala(moksha em Sânscrito significa "soltura", "liberação"). A poção só poderia ser usada em períodos críticos da vida. Os homens jovens de Pala recebiam isto num rito de iniciação, foi dado ao protagonista do romance, durante uma crise existencial ou outro problema crítico.E enviou uma cópia da Ilha p/ Hoffman com a seguinte dedicatória: "Ao Dr. Albert Hofmann, o descobridor original do medicamento moksha,de Aldous Huxley".
    Em seu leito de morte,quando já estava tão fraco que já não podia mais falar, ele tinha escrito numa folha de papel a famosa frase: "LSD-tente intramuscular-100 mg". Sra. Huxley entendeu o significado disto e, ignorando a recomendação do médico assistente, ela deu, com suas próprias mãos, a desejada injeção - ela lhe deixou ter o medicamento moksha!

    Acredito que para ele era muito mais que uma substancia psicoativa, era o elixir em si!

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  3. C. Danilo. Ao invés de que muitos fãs do Doors acham que o uso dessas substâncias seja algo "válido" Aldous era categorico em afirmar suas visões sobre quando e porque usar substâncias. Com certeza um homem a sua frente. Obrigado pelo comentário e que sua presença seja sempre exposta, afim de enriquecer nossos debates aqui.
    Abraços
    Carlos Alexandre.

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