sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

GERAÇÃO TABLET



A polêmica sobre o uso de Tablets nas escolas brasileiras é um ponto a ser levado em consideração e pode significar um medidor de como a tecnologia não substitui o conhecimento.
Matricular-se em uma instituição de ensino e ser  presenteado com um livrinho de multifaces é a nova moda em um país de poucos leitores. A mística que é necessário seguir a tecnologia para o bem da educação é o novo lema da educação. Até o ministro da educação, Aloísio Mercadante, considerou essencial distribuir 600 mil Tlabets para os professores da rede pública. Para quê? Para que os alunos se sintam inferiores aos mestres dos novos tempos? E esse investimento veio da necessidade de promover novos leitores e alunos antenados com o século XXI? Acho que não.
O índice de leitores assíduos é vergonhoso. Na cidade de Taubaté (onde eu moro) existe uma única livraria e parece mais uma vendedora elitizada de livros por encomenda. Os vendedores, na sua maioria encaram você de cima a baixo, parece até que se está em uma boutique de madames sem afazeres domésticos. As outras livrarias que abriram no centro da cidade fecharam. Somente alguns sebos de livros que (não sei como) conseguem pagar seus altos tributos à base de muito suor resistem.
Será por que lemos tão pouco no Brasil? Será pelo fato de o governo se preocupar mais em, por exemplo,  promover a teoria evolucionista  do  que tratar os assuntos sobre a ciência de maneira concisa e aproveitável? O bulling é uma prática antiga e o governo gasta milhões de reais para falar da punição a essa prática, como se fosse algo novo. Para os que não sabem isso trata-se de “falta de educação” e educação vem do berço( e sei que agora pode piorar a expectativa). Por outro lado os alunos usam o estatuto para defenderem suas más atitudes dentro da sala de aula e, os professores que na sua grande maioria, são despreparados, se defendem com mais leis.
Uma coisa temos que reconhecer. Enquanto muitos outros países chegaram ao século XXI formando seus alunos com livros e, com muita coerência utilizam outros recursos, no Brasil estamos parados no tempo. Nossos alunos nem descobriram Machado de Assis e o  máximo que conseguem fazer é acessar o facebook pelo celular. Se essa é a evolução que os avós tanto se orgulham de seus netinhos praticarem, a memória e o futuro das nossas gerações será uma página virada em branco, no estilo “touch screen”.

Game Over! 

2 comentários:

  1. Você está coberto de razão, Alex, os Governos brasileiros nunca se preocuparam em difundir a plena utilização do livro como fonte de cultura e de lazer.
    Alerto, porém, contra a indevida 'tecnofobia' que se apossa de nós como um conservadorismo irrefletido. As calculadoras eletrônicas (mesmo os 'mastodontes' que só efetuavam as operações básicas)já foram proibidas de entrarem em sala de aula, o mesmo sucedeu com os gravadores. A reação dos que 'queimaram as pestanas' para aprender alguma coisa é sempre exagerada, pare3cem querer transmitir seus sacrifícios aos pósteros.
    Devemos adicionar facilidades ao aprendizado e não repelí-las. Tudo bem dosado e racionalizado, claro.
    _Abraço.

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  2. Com certeza Tesco. A tecnologia serve para facilitar o nosso aprendizado e reduzir grandes deslocamentos para irmos ao encontro de informações. E se você souber de alguém que está doando um Tablet me diga ok. rsrs. Você entendeu muito bem a postagem. Queremos tecnologia sim nas escolas, o que é preocupante é a mentalidade do menor esforço, que não leva a nada. Steve Jobs deixou um legado importante, mas com essas ferramentas ninguém vai entender Dostoiévski ou Patativa do Assaré, sem antes "devorar" o livro(sendo ele eletrônico ou não). Abraços e obrigado por enriquecer o blog com suas belas reflexões. Obrigado poeta!!

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